Nasceu em França a 15 de Junho de 1879.
Formou-se em filosofia em 1902 e em 1908 em medicina e só mais tarde chegou à psicologia.
1914 Exerceu medicina no exército francês e instituições psiquiátricas.
1920 a 1937, é-lhe confiado as conferências sobre a psicologia da criança na Sorbonne.
1925 Funda um laboratório destinado à pesquisa e atendimento de crianças com deficiência mental.
1925 Publica a tese de doutorado “A Criança Turbulenta”.
1945 Escreve o seu último livro intitulado “Origens do pensamento na criança’.
1946 a 1962 presidiu o “Grupo Francês de Educação Nova.
1948 Criou a revista 'Enfance”.
Faleceu 1 de Dezembro de 1962.
Wallon foi o primeiro, a mostrar que as crianças têm corpo e emoções não apenas cabeça na sala de aula, tenta compreender através delas que é possível ter acesso à origem dos processos psíquicos, do desenvolvimento e domínio afectivo, cognitivo e motor.
“Reprovar é sinónimo de expulsar, negar, excluir. É a própria negação do ensino"
Henri Wallon
Contrariamente aos métodos tradicionais, que dão prioridade à inteligência e desempenho dos alunos na sala de aula, a proposta walloniana coloca o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. Onde se deve considerar a pessoa como um todo. O factor de afectividade, emoção, movimento, espaço físico encontram-se num único plano. As mais diversas actividades pedagógicas devem ser trabalhadas de forma variada. A relação lógica ajuda a desenvolver a criança, segundo Wallon, as emoções dependem essencialmente da organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade tem um carácter pedagógico no que diz respeito à qualidade do gesto e do movimento. Por que, insistem os educadores em utilizar sempre a mesma disposição do espaço. Devendo se quebrar sim a austeridade e a apatia adaptando assim a sala de aula de modo a que as crianças possam se movimentar. Igualmente com o tipo de material disponibilizado para as actividades lúdicas e pedagógicas. Segundo as concepções de Wallon, a escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa.
As Emoções
O papel das emoções no desenvolvimento humano, e todo o contacto que a criança estabelece com as pessoas que cuidam dela desde o nascimento, são repletas de emoções e não apenas conhecimento. Desta forma Wallon baseou as suas ideias em quatro elementos: afectividade, emoção e movimento, as quais estão relacionados na construção do eu de cada individuo. Não se devendo no entanto separar o aspecto cognitivo do afectivo.
Podemos concluir que a actividade do homem é impensável sem o meio social, visto as sociedades não existirem sem indivíduos. Vemos, no entanto que não é possível dissociar o biológico do social. Característica básica da sua Teoria do Desenvolvimento.
Teoria de Wallon é um desafio para muitos pais, escolas e professores. A sua obra faz uma resistência obstinada aos métodos pedagógicos tradicionais. Numa época de crise, guerras, e individualismos, não seria melhor começar a colocar em prática nas escolas ideias mais humanistas, as quais valorizassem a importância das emoções.
Acima de tudo procura-se explicar quais os fundamentos da psicologia como sendo uma ciência. Considerando que o homem é sujeito a determinadas situações exteriores e interiores, desta forma Wallon propôs a psicologia genética como um estudo integrado no desenvolvimento, onde o sujeito deve ser considerado como “geneticamente social”. As conseqüências desta postura é a crítica às concepções reducionistas onde propõe o estudo da pessoa completa, tanto em relação ao seu carácter cognitivo quanto ao carácter afetivo e motor.
Deu um grande contributo à educação, pois procurou integrar a actividade científica à acção social, numa atitude de empenho e coerência.
Bibliografia Consultada:
DANTAS, Heloysa. Do ato motor ao ato mental: a génese da inteligência segundo Wallon.
Denoel/Gonthier, 1975.
WALLON, Henri. As origens do carácter na criança. São Paulo: Nova Alexandria, 1995
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